Relacionamentos amorosos versus bipolaridade

O Transtorno Afetivo Bipolar é um transtorno do humor, em que a pessoa tem momentos depressivos, se sentindo triste, desanimada ou sem energia, e outras fases em que está muito bem, feliz e disposta, a chamada mania ou hipomania. É comum que entre esses dois extremos a pessoa tenha um humor normal, nem tão angustiada, e nem muito contente.

Nos momentos de mania, a pessoa costuma ficar super alto-astral, elétrica, acelerada, dormindo poucas horas, saindo muito de casa, namorando demais, ou fazendo compras, empréstimos e gastos sem levar em conta as consequências. Essa fase de mania é um pouco mais duradoura que a gente costuma imaginar. Na maior parte dos casos, esse episódio dura pelo menos 4 dias consecutivos. Então, quando alguém que estava feliz se irrita muito rápido ou muda de “humor” de uma hora para outra, é pouco provável que seja transtorno bipolar mesmo.

Certos traços de personalidade trazem dificuldade nos relacionamentos amorosos, como a impulsividade, irritabilidade, instabilidade e a desconfiança. Todo mundo se sente ou se comporta assim de vez em quando. Mas esses fatores também podem estar presentes no transtorno bipolar, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), o Transtorno de Personalidade Borderline e alguns subtipos de depressão, principalmente quando são intensos ou muito frequentes.

O primeiro ponto, é o diagnóstico correto, feito pelo psiquiatra. Porque em muitas vezes, podemos pensar que a pessoa é bipolar, mas pode ser outro tipo de transtorno ou problema. Caso você não tenha certeza que realmente o seu companheiro (a) tem Transtorno Bipolar, faça uma reavaliação.

Se ele (a) realmente ele (a) tiver Transtorno Bipolar, conhecer sobre o Transtorno, conscientizar a pessoa sobre o problema, ajudar ela a fazer o tratamento e identificar os sinais da mania e da depressão, são passos importantes. 

O transtorno bipolar é mais comum que pensamos, estima-se que até 8 milhões de pessoas no país possam sofrer desse problema. Então, entender do que se trata a doença é fundamental. Ler sobre os principais sintomas, conversar com familiares de quem tem o problema e até procurar um profissional da área ajudam nessa compreensão.

Depois disso, a pessoa dificilmente vai perceber e aceitar que sofre do transtorno. Falar a respeito, mais de uma vez e de diferentes formas, pode facilitar o processo. Isso por ser feito mostrando filmes, livros e informações de qualidade, por exemplo.

A seguir, procurar assistência de saúde nem sempre é automático e fácil. É comum que a pessoa não se sinta confortável com um determinado profissional, passe mal com algumas medicações e abandone o tratamento. Mesmo quando o acompanhamento funciona a pessoa pode interromper, por já estar se sentindo bem e achar que não precisa mais. Então nessa etapa, insistir, com alguma paciência, é importante.

Quando finalmente o tratamento for contínuo e regular, se você conseguir perceber os sinais mais precoces que a pessoa está mudando de humor, seja mais agitada e eufórica, ou deprimida, isso facilita o sucesso do tratamento. Porque em geral as crises no início são mais leves e respondem melhor às mudanças nos medicamentos.

Já existem associações e grupos de familiares de pessoas com o transtorno. Esse pode ser um suporte positivo. Uma delas é a ABRATA, Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos.

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